quarta-feira, 18 de março de 2009

o projecto não passou do projecto

há uma afinidade com o volume da igreja, uma procura de consolidação da malha urbana, das transições entre as várias tipologias do espaço público - praça, rua, parque. há um pátio, virado ao parque, que se abre ao ambiente mais acolhedor do sul e filtra as relações entre o privado e o público. o pátio organiza as entradas para os dois programas do edifício - habitação e escritório - e os percursos desde e para o exterior - rua e parque. há uma face dupla, uma intimista, pelo pátio, e outra partilhada com o público, aberta à rua, como casa urbana que pretende ser. esta duplicidade resolve-se nas duas águas do telhado, que permitem a transição de dois pisos do lado da rua ( Norte ) para um único piso no lado do pátio. há um telhado de cobre que desce até ao chão. há algumas portadas de madeira que correm para os lados, afastadas 15 cm das paredes, tornando a fachada mutável e dinâmica. quando alinhadas pelos vãos, essas portadas deixam passar luz para o interior, garantem luz e privacidade. as restantes, as dos vãos pequenos, são de abrir, complanares com a parede. os espaços sociais da casa - sala e escritório - são simétricos, fundem-se através do pátio. os espaços de circulação cortam longitudinalmente as diferentes funções - sociais e técnicas no r/c, sociais e quartos no 1º piso. o corredor dos quartos é o espaço simbólico da casa, procura o religioso do eixo nascente - poente. há algo de conservador, de icónico, de vernacular neste edifício. o cliente tinha tudo para se sentir em casa. o projecto não passou do projecto

Sem comentários: